terça-feira, 12 de abril de 2011

Sonata vs. Cerato

Sonata: O Hyundai Sonata está vendendo muito bem nos EUA e parece que não vai deixar espaço para o Novo Elantra (Avante 2011).

A fábrica da Hyundai no Alabama não comporta mais os pedidos pelo belíssimo sedã sul-coreano, obrigando uma mudança tática para não ficar vendo navios – literalmente chegando da Coréia do Sul.

Como esta fábrica produz tanto o Sonata como a Santa Fé, sobrou pra esta última encontrar um lugar para ser montada.

Neste caso, a escolha foi a planta da Kia na Geórgia, onde só se produz o Mohave/Borrego. Essa mudança estava sendo planejada para o Novo Elantra, mas como ele nem bem começou a ser oferecido aos coreanos e o negócio é dar vantagem para quem está ganhando, no caso, vendendo. Dessa forma, quando o Novo Elantra desembarcar na América do Norte, ficará difícil para a Hyundai abastecer todo o mundo partindo apenas da Coréia do Sul. Em breve, o Sonata também fará parte da realidade brasileira. Com preço bom, ele certamente vai repetir aqui pelo menos parte do sucesso que tem lá fora.

Cerato:

Ligue o rádio do Kia Cerato e veja uma antena telescópica emergir do pára-lama traseiro, rasgando os céus com seu brilho cromado. É de matar de inveja os publicitários que criaram a campanha do Chevrolet Prisma, com Fofão e Scooby-doo. Antena elétrica, sim, tem gosto de anos 80. O Cerato nasceu como carro simples para o Primeiro Mundo e não sedã de luxo para o Terceiro, daí haver desencontros no pacote de equipamentos. Mas há vantagens em viver nos Estados Unidos, onde muita gente nem sabe dirigir carro manual. O Cerato automático é ágil e suave como poucos. Não há funções Sport, Snow ou modo seqüencial e a posição 3 do câmbio fica no trilho das marchas - melhor se fosse num botão. De qualquer jeito, trata-se de um câmbio adaptativo capaz de adivinhar as vontades do motorista se essas não forem assim tão radicais. O motor 2.0 16V poderia ter mais fôlego em alta rotação, mas é vigoroso na faixa mais usada do contagiros, bebe pouco e é quieto. Estabilizado a 80 km/h, o que se ouve é o sopro do ar-condicionado. A suspensão é McPherson na frente e atrás, dual link (independente com só dois pontos de articulação). Em experiência ao dirigir, o Cerato soa como um Corolla ligeiramente piorado. Isso é um elogio. O julgamento vale para espaço e acabamento. A cabine parece mais preocupada em não desagradar a todos que em agradar alguém. Botões e alavancas são grandes, simples e claros - de complicada, basta a vida. A nota ruim vai para os tecidos: a forração dos bancos é mais rala que o de costume e o carpete serve como lixa de unha. Talvez as mulheres apreciem. O Cerato não é perfeito. Nenhum carro é, a questão é quanto vão te cobrar. A Kia tem sido camarada: 50 400 reais pela versão 2.0 automática básica. (Essa pede 1 500 reais por rodas de liga leve e um CD player com cara de acessório.) Ok, você não conhece a marca. Pois o cartão de visita é a garantia de cinco anos. O segundo dono comprará um carro ainda na garantia. Pode não ser o suficiente para fazer do Cerato uma moeda forte no mercado de usados, mas encoraja.

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